Quantas vezes você ouviu que a criança de hoje é o futuro da nação? E quantas vezes você viu ou ouviu a notícia de que um jovem negro morreu?

Falar de avivamento negro é, também olhar para os nossos idosos que, muitas vezes são os menos assistidos, isso quando negros e negras chegam a essa faixa etária.

É triste, e revoltante, olhar para o cenário brasileiro e saber que a invisibilização da população idosa negra é colossal, deixando-os à mercê de sua própria sorte.

Quando se atina para esse realidade, é impossível não se lembrar das palavras proféticas de Joel — E, depois disso, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os velhos terão sonhos, os jovens terão visões.” (2.18) -, e não se questionar: como é que os velhos pretos sonharão se eles, muitas vezes não tem nem a oportunidade de alcançar a velhice?

Talvez os que alcançam sonhem com uma velhice digna, tranquila. Talvez sonhem em ver seus netos pretos crescerem sem precisar sofrer como eles sofreram com a maldição do racismo. Talvez sonhem com as palavras do salmista “viverei até ver a bondade do Senhor na terra” (Salmo 27.3). Talvez sonhem como Harriet, King, Kwame, Muhammad Ali, e tantos outros. Talvez sonhem em ver o sopro do Espírito envolvendo a história e a levando pra um lugar onde jovens e velhos negros viverão sem medo de não poderem sonhar.

Há de ser vivo o sonho em mim, em ti, em nós, para que, não num futuro distante, possamos avivar toda uma geração.