Dia do trabalho — A luta da mulher negra

O que tem no Brasil
3 min readMay 1, 2024

--

Desde a expulsão do jardim do Éden, o homem foi condicionado ao trabalho. Com o suor da terra ele teria que sobreviver para que assim pudesse garantir melhorias para a sua vida.

Ao longo dos tempos vimos como o trabalho foi se moldando e como ele ainda se transforma conforme o tempo passa. Conforme fui pensando sobre a temática abordada “Dia do trabalho” de imediato pensei nas condições precárias ou até mesmo nas dificuldades que a população negra enfrenta para obter cenários melhores na profissão desejada (ou não).

Poderia listar inúmeros desafios que ainda temos que percorrer para que a consequência do Éden seja menos dolorosa para nós, mas hoje irei colocar meus pensamentos que tive e vamos refletir contra o fluxo para criar narrativas em discussões posteriores. Sabendo que esse texto é uma conversa minha com você, é claro que vou falar sobre mulheres negras. Essa semana tive a grata surpresa de ver em meu feed do Instagram que Benedita da Silva, (atual deputada em nosso governo e referência máxima de figura política) comemorou seus 82 anos no mais puro vigor e comecei a pensar sobre como um dos resultados de seu trabalho gerou benefícios para uma classe trabalhadora, realizada predominante por mulheres, que são as domésticas, instaurando assim a Lei das Domésticas no ano de 2013. E como esta lei trouxe lucidez a um tema que não era tão levado em questão. Provavelmente relatar sobre reajuste salarial, carteira assinada, jornada de trabalho, benefícios, abusos de patrões em relação a execução de tarefas era algo incabível. E como esta lei pode dar voz aquelas que não tinham voz. É impossível não dizer que quando uma mulher negra entra em ação, ela deseja que todas entrem em junto com ela. Mesmo sabendo que os inúmeros benefícios foram concedidos, após a leitura de uma matéria sobre os 10 anos da lei, comecei a me questionar (eu queria apenas dizer que a lei foi ótima, mas precisamos refletir):

Quantas domésticas você conhece e faz parte da sua família ou do seu convívio? Quantas usufruem de seus direitos e tem a chances de viver seus benefícios? Os desafios ainda são inúmeros mesmo após a instauração da lei, mas, você consegue achar as condições justas para este grupo em específico? Neste dia do trabalho, como você deseja ver as mulheres negras dentro desse nicho? Temos nossas jornadas duplas, triplas e desejamos estar fazendo parte daquilo que queremos buscando a liberdade para sermos eficientes em nossas funções e lutando por condições mais justas para nossa sobrevivência. Porém… como? Talvez um dia iremos descobrir, mas por enquanto em meio as injustiças, colocamos em prática aquilo que muitas domésticas tem: a fé no justo Deus que sustenta a todo instante, mesmo em meio a um cenário pouco favorável trazendo honra no momento certo! Que este dia seja marcado por um dia de buscar em Deus a liberdade para viver bem, e em nós maneiras melhores e justas para ter oportunidades dignas de trabalho!

Texto por: Maria Paula.

--

--